O projeto gráfico do disco de Mello Menezes faz alusão ao coração retalhado de Elizeth |
Álbum: A Cantadeira do Amor
Gravadora: Copacabana
Ano: 1978
Mídia: LP
Sempre
digo aos colecionadores de discos que quanto mais você pesquisar sobre música,
mais opções você terá no mercado de discos de vinil. Quanto maior a abrangência
do gosto musical, maior a possibilidade de achar discos excepcionais
musicalmente que ficam largados nas lojas e com preços ótimos. Nesse álbum
duplo em ótimas condições paguei R$ 18 reais. Sendo assim esse disco é um
excelente exemplo dessa ideia. Um dos últimos discos de Elizeth contaria com produção luxuosa. A cantadeira do amor, nele a Divina faz uma introspecção autobiográfica em sua intensa e conturbada vida amorosa através de grandes canções de compositores de várias gerações da música brasileira, de Noel Rosa e João de Barro a Gilberto Gil e João Bosco.
Temos
uma das maiores cantoras brasileiras acompanhada de músicos consagrados num
álbum duplo. Elizeth Cardoso é uma cantora sobretudo extremamente versátil que
passearia com êxito em todos os ritmos de canções modernas brasileiras,
samba-canção, bossa nova, sambas de roda, sambas do morro entre outros. Essa variedade de canções e ritmos está presente no álbum sambas, canções, bossas . Entre
sua ampla discografia vale destacar esse disco. O álbum como o nome diz tem
como temática o Amor. Dois discos, quatro lados, cada um dedicado a um tema:
Súplica, Memória, Solidão, Esperança. Cada face reúne um conjunto de canções que
se encaixam no tema. Na face Súplica por exemplo, temos sambas de Baden Powell
e Vinícius de Moraes, Sem Você de Tom e Vinicius, Acontece de Cartola. O lado
Memória reúne sambas de antigos e novos compositores como João Bosco e Aldir
Blanc e Chico Buarque com Noel Rosa e João de Barro. O lado solidão traz Bom
Dia tristeza de Adoniram Barbosa e Vinicius de Morais, Amor em Paz com Tom e
Vinicius. O texto que acompanha o encarte destaca que os elementos da súplica e
da solidão já estariam presentes no cancioneiro de Elizeth que seria acrescido
nesse disco da temática esperança, uma esperança interrogativa. Nesse tema reúnem-se
canções de Cartola, Menescal e Boscoli (A Volta).
O
coração retalhado de Elizeth seria inspiração para o livreto de encarte em
forma de coração. A programação visual é do artista plástico Mello Menezes, que
deixaria sua marca em uma série de discos clássicos da música brasileira. A
produção do álbum era grandiosa contando com orquestra com regência do maestro
Radamés Gnattalli. Os músisos que a acompanhariam no disco eram de primeiro quilate
entre eles o violonista, guitarrista e produtor Hélio Delmiro, o acordeonista e
compositor Sivuca. O baterista Wilson das neves e do maestro e
multi-instrumentista Sergio Carvalho. O disco foi produzido por Hermínio Bello de Carvalho, produtor de destaque com larga parceria com a cantora Elizeth Cardoso.
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Capa do LP Copacabana 1978 |
O selo do disco está alinhado ao projeto gráfico destacando o tema no caso: memória |
Um dos melhores temas do disco Mancada de Gilberto Gil, acompanhada pelo violão e voz de João Aquino:
Fontes:
http://cliquemusic.uol.com.br/discos/ver/a-cantadeira-do-amor
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