segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Maíra Freitas - Piano e batucada

Artista: Maíra Freitas

Álbum: Piano e batucada

Ano:2015

Gravadora: Biscoito Fino

Músicos:

·         Maíra Freitas: Voz, piano, fender rhodes
·         Cassius Theperson: bateria
·         Bernardo Aguiar: percussão
·         Sacha Amback: Sintetizador
·         Participações especiais: Mar’tnália, Felipe Cordeiro, Ilê Aiyê, Filipe Catto, João Sabiá.

Foto da contracapa do CD
Síntese crítica: Qualidades musicais como virtuosismo instrumental, capacidade de composição, arranjar, ter uma linda voz e saber cantar são em geral mal distribuídos, temos cantores espetaculares que não compõem e por aí vai. Quando essas qualidades juntas se encontram numa única pessoa é que aparecem os gênios, alienígenas, os Pelés e por aí vai. Maíra Freitas vem confirma no seu segundo disco que tem condições de aspirar lugar nesse disco voador, no grupo dos monstros. Vale lembrar na memória quantos artistas parecidos na história da música popular, mulher negra, pianista, compositora e arranjadora? Alguém se lembra de alguém? Só consigo lembrar de Tânia Maria, que sairia do Brasil após episódio trágico. O ponto de vista feminino se destaca na temática das letras e se oxigena o universo predominantemente masculino da MPB. Já tinha gostado muito do seu primeiro disco então assim que vi o segundo nas lojas não hesitei em levar para avaliar. O álbum confirma o que se espera de um artista com tamanho número de atributos e mostra amadurecimento de sua personalidade musical. O nome do disco resume bem o trabalho, piano e batucada. Pela descrição de Maíra o piano tem seu lado percussivo, popular, das ruas e um lado erudito, virtuoso e lírico combinação que está presente no seu estilo mesclando piano clássico com os ritmos populares tradicionais do país. O disco conta com participações especiais de artistas de destaque da atualidade, como sua irmã Mar’tnália, Fillipe cato e Felipe Cordeiro. A maioria das composições são assinadas por Maíra.

Foto do encarte do CD

Hélio Delmiro - Emotiva

Artista: Hélio Delmiro
Hélio Delmiro: Foto do encarte interno do LP

Álbum: Emotiva

Ano: 1980

Gravadora: EMI/Odeon

Local:

Músicos:

Pascoal Meirelles (Bateria)
Danilo Caymmi (Flauta)
Paulo Russo (contrabaixo)
Jota Moraes (vibrafone)
Luiz Avellar (piano)
Hélio Delmiro (guitarra)

Foto da contra capa do LP emotivva
Síntese crítica: Hélio Delmiro é um dos maiores instrumentistas brasileiros e talvez o melhor guitarrista de sua geração. Provavelmente meu guitarrista brasileiro favorito, tem um estilo jazzístico que foi reconhecido por grandes artistas do gênero. Acho que comecei a reparar no trabalho dele provavelmente escutando os álbuns clássicos da Elis Regina ou os discos de Vitor Assis Brasil. Ele é daqueles músicos que estão presentes em vários discos especiais da minha discoteca. Com Elis ele participaria do clássico Elis & Tom e quase todos com o Vitor Assis Brasil. Como produtor Delmiro teria destaque com a cantora Clara Nunes que o dedicaria um dos seus discos após 10 anos de parcerias. Delmiro produziria também o melhor disco de João Nogueira, Vem que Tem. Esses discos de grande sucesso comercial lançados pela EMI-Odeon provavelmente ajudaram Delmiro a lançar seu primeiro álbum instrumental numa época em que a indústria fonográfica há muito já lançaria esse estilo apenas marginalmente. O mercado fonográfico da música instrumental teve seu auge nos anos 1960 com a Bossa Nova e o Samba Jazz sofreria um forte revés na década seguinte. Sobreviveria apenas com o lançamento de discos independentes ou de artistas consagrados. Isso faz desse álbum ainda mais especial. Emotiva é seu primeiro álbum solo, lançado em 1980. A dissertação de Bruno Rosas Mangueira é uma ótima referência sobre a vida e obra de Hélio Delmiro. A principal referência musical de Delmiro é o guitarrista Wes Montgomery, que seria incomparável  Suas influências jazzísticas são inspiradas no bebop e a maioria de suas referências musicais são de artistas de outros instrumentos, como John Coltrane, Charlie Parker, Cannonball Adderley. O disco é fantástico, sem dúvida honra a tradição da música instrumental brasileira de excelente qualidade. Os temas do álbum refletem bem as influências de Delmiro, dois temas de composição de Vitor Assis Brasil, um de Milton Nascimento, dois standards jazzísticos e composições do próprio Delmiro.

Mídia: LP
LP Emotiva EMI-Odeon 1980 depois de rodar na vitrola




Tags: Hélio Delmiro, Jazz, instrumental brasileiro, EMI-Odeon

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Dom Um Romão - Spirit of The Times


Artista: Dum Um Romão

Álbum: Spirit of the Times

Ano: 1973

Selo: Muse

Local: Nova York

Músicos:

·         Dom Um Romao: (drums, percussion)
·         Sivuca: (organ, piano, guitar)
·         Jerry Dodgion: (alto sax, flute)
·         Mauricio Smith (tenor sax, soprano sax, flute)
·         Lloyd McNeil (flute)
·         Joe Beck (electric guitar)
·         Amauri Tristao (acoustic guitar)
·         Dom Salvador (electric piano, piano)
·         Frank Tussa (bass)
·         Portinho (percussion)

Síntese crítica:

Dom Um Romão um baterista e percursionista brasileiro nascido no Rio de Janeiro que teria o início de sua carreira artística no contexto da Bossa Nova. Gravaria discos clássicos de Samba Jazz e estaria presente nas gravações antológicas do estilo como as sessões de Stan Getz e João Gilberto e Sinatra e Jobim, entre vários outros é considerado um dos principais desenvolvedores rítmicos da batida da Bossa Nova. O sucesso da Bossa Nova no início dos anos 1960 nos Estados unidos abriu fronteiras de intercâmbios entre músicos brasileiros e jazzistas residentes nos EUA que resultariam num grande número de gravações que se mantém até os dias de hoje. Um dos melhores resultados desse longo intercâmbio encontra-se nesse álbum de Dom Um Romão para a Muse. Um time de cobras entre brasileiros e estrangeiros gravariam um disco antológico fora do universo da Bossa, mas fortemente marcado pelos ritmos afro-brasileiros. No encarte do álbum Dom Um faz questão de ressaltar sua origem negra como fator proeminente para seu domínio rítmico. Os diversos ritmos afro brasileiros dominados por dom Um Romão tem suas origens ancestrais na África, no conjunto de tradições culturais populares preservadas nas comunidades negras urbanas da cidade . As transformações posteriores à Bossa Nova diminuíram o espaço da música instrumental e muitos dos músicos que participaram desse movimento migram para os EUA em busca de melhores oportunidades. Esse álbum é um ótimo exemplo do que o mercado americano poderia oferecer para eles. Robert Palmer destaca na contra capa do disco como a bossa nova também ofusca os ritmos brasileiros populares tradicionais, lacuna que esse álbum buscou preencher. O resultado é uma bela fusão de ritmos brasileiros e jazz. Segundo Dom Um Romão o álbum é inspirado no Samba de Rua, conjunto de ritmos ensinados na escola da rua, baterias de blocos carnavalescos cariocas. O selo Muse é um importante selo jazzístico na década de 1970, criado por Joe Field ex-produtor do selo clássico do Jazz Prestige.

Coleção: Vi essa reedição importada numa loja dando sopa, não conhecia o álbum mas como gosto muito de outros discos dele resolvi comprar para experimentar. Putz, passou a ser um dos meus LPs favoritos. A qualidade da prensagem da reedição da Muse é fantástica.

Fontes:

Dom Um Romão Spirit of the Times LP Liner notes.

Judas Priest - Sin After Sin

Artista: Judas Priest

Álbum: Sin After Sin



Ano: 1977

Gravadora: Columbia
Rob Halford, Simon Phillips, Ian Hill, Glenn Tipton, K.K. Downing
Músicos:
 Rob Halford: Vocal
·         K.K. Downing: Guitarra
·         Glenn Tipton: Guitarra, Piano
·         Ian Hill: Bass: baixo
·         Simon Philips: bateria

Síntese crítica do álbum: Terceiro disco da banda, primeiro disco numa grande gravadora. Columbia. Produzido pelo baixista do Deep Purple Roger Glover.  Críticos destacam que é uma continuidade do bom trabalho anterior Sad Wings of Destiny, como se fosse um lado B do disco anterior. Não vejo tanto dessa maneira, acho que disco tem importantes inovações em relação ao anterior Disco marca um amadurecimento da banda e o traço mais blues rock praticamente some. Um álbum muito bem avaliado, mas que muitas vezes fica esquecido nas citações entre os melhores da banda. Alterna canções pesadas com baladas de forma interessante, mas que torna para alguns um disco irrregular. Destaque sem dúvida na maioria das resenhas recaí sobre a técnica vocal do jovem Rob Halford. A balada Last Rose of summer é um exemplo disso, apesar de estar deslocada no contexto do álbum agrada a muitos fãs do estilo, e acho que é um ótimo exemplo da capacidade vocal do futuro careca. Um dos destaques do disco é Dissent Agressor que seria gravada posteriormente pela banda Slayer. Alguns críticos destacam que o disco não tem o reconhecimento que merece como um dos principais percursores do Thrash Metal por apresentar um dos primeiros exemplos de uso da técnica de bateria de Double-Bass, que viria a ser popular no trash. Essa mudança só foi possível graças a presença do baterista Simon Phillips, formado no jazz e na época com 19 anos, era um dos poucos com técnica suficiente para se ajustar aos acelerados riffs de guitarra que o Judas apresentaria. A banda já dá cenas do estilo que viria a adotar nos álbuns seguintes. A review de Brant David destaca que é importante lembrar que estamos em 1977 e esse disco marca grande parte do que viria a ser conhecido como a New Wave of Brithish Heavy Metal. O que faz o disco não estar entre os principais da banda talvez seja por conta da irregularidade, com algumas canções destoando da média geral como Last Rose of Summer. O ponto forte do álbum sem dúvida é a performance vocal de Halford, com juventude, capacidade vocal e técnica apurada.

Coleção: Judas Priest talvez seja a banda de Heavy Metal clássica, é a minha banda favorita do estilo. Esse disco tem uma das minhas músicas favoritas da banda que é Raw Deal, grande lado B do metal. Essa música apesar de dispersa na discografia e estar longe dos clássicos é talvez minha favorita. O motivo é combinação perfeita entre as guitarras afiadas e a voz dando um show de técnica vocal. Na época de adolescente adquiri o CD e depois de anos comprei o vinil recentemente.

Mídia na coleção: CD e Vinil

Tags: #Heavy Metal #Judas Priest, #discografias


Fontes